Lápis Caderno

O estudante de jornalismo aprenderá na faculdade como lapidar o seu texto, ainda que ele já tenha um vasto conhecimento em português. O discurso jornalístico tem elementos caracterizadores específicos calcados na atualidade, veracidade e universalidade. O discurso deve ser atual, pois tem de se organizar em torno do presente, verossímil, pois tem de se apoiar na verdade, e universal, porque o assunto discursado deve ser de interesse público.

Além das características pertinentes ao conteúdo, é desejável que um texto jornalístico cumpra seu papel informativo, isto é, que todos os leitores compreendam a mensagem passada, caso contrário, o jornalista não terá cumprido seu papel social. Por esse motivo, recomenda-se o máximo de clareza na composição e na escolha de palavras na hora de escrever, elas devem ser comuns e de uso corrente e os termos técnicos devem ser explicados.

O jornalista deve fomentar o interesse do leitor logo no início do texto, para que ele se sinta interessado em ler a matéria até o final. Para isso, o texto deve ser rico em conteúdo referencial, sem muitas adjetivações. Por exemplo, falar que um concurso público foi muito concorrido não informa tanto quanto falar quantos candidatos fizeram a prova e quantas vagas foram oferecidas.

Em relação a escrita, especificamente, recomenda-se usar parágrafos curtos, divididos em períodos não muito longos para que o leitor não se perca. A ordem direta da frase (sujeito, verbo e complemento) deve ser priorizada, pois são mais fáceis de entender e fixar. O uso excessivo de palavras estrangeiras deve ser evitado, ao menos que a palavra já seja consagrada pelo uso contínuo. Outro ponto importante é escrever o significados das siglas, quando utilizadas.

É imprescindível que o jornalista busque sempre mais de um “olhar” sobre o mesmo assunto, para tornar o texto mais rico e o mais imparcial possível. Checar todas as informações rigorosamente, também, deve ser uma prática constante do jornalista, pois um erros de gramática, nomes ou informações podem gerar problemas e incredibilidade ao autor.

Notas, Notícias e Reportagens

Os textos jornalísticos mais comuns são notas e notícias, que são do tipo informativos e reportagens, que são do tipo interpretativo.  Elas se diferenciam não só na extensão do texto, como também em detalhamento  e profundidade das informações apresentadas.

A nota é uma "notícia curta" e costuma ocupar apenas um parágrafo, respondendo às questões do lide. Elas são dignas de interesse público, mas o teor da informação não têm grande importância por parte da redação do veículo. A notícia, por outro lado, não se restringe apenas ao lide e traz algumas informações adicionais e depoimentos. Ela é a matéria-prima do jornalismo, pois é a partir da notícia, que nascem outras modalidades textuais, que aprofundam um assunto como a reportagem.

Esta apresenta a base interpretativa do fato, é mais completa e mais profunda.  Ela exige maior tempo de apuração e observação do jornalista, que deve buscar diferentes ângulos sobre o mesmo assunto, personagens, especialistas, índices e dados. Ela é a forma mais completa de abordar um assunto e, por isso, demanda mais sensibilidade e afetividade do repórter.

Pauta

O tema de um texto jornalístico informativo surge de uma ideia, ou seja, de uma boa pauta. Assim, que o jornalista descobre uma boa história para contar, ele deve escrever uma pauta para organizar as suas ideias e descobrir a viabilidade de escrever sobre aquele assunto.

Uma boa pauta deve conter novidade ou apresentar uma abordagem diferente sobre um assunto já tratado. Primeiro, é necessário ler sobre o assunto e procurar saber se ele já não foi abordado em outros veículos, pesquisar revistas especializadas no tema e fazer uma lista de especialistas e personagens que irá entrevistar para enriquecer a sua história.

Há diferentes tipos de pautas. As pautas quentes se referem a assuntos que não podem esperar para serem publicadas. Pautas frias são aquelas que nascem de uma observação do repórter, trazem assuntos importantes, mas não são ligadas ao calor da notícia. E as pautas especiais são aquelas que nascem de uma investigação ou pesquisa.

Para construir uma pauta deve-se ter em mente o que você gostaria de contar para o leitor sobre aquele assunto, quais informações são necessárias para contar essa história, se devo apresentar números, uma perspectiva história ou levantar diferentes pontos de vista.

Há casos, em que um jornalista sugere a pauta e o repórter escreve, de acordo com as informações contidas na pauta como que tipo de reportagem será feita, com quem deverão falar, onde e como. Por isso ela deve ser detalhada e rica em orientações editoriais, mas deve permitir improvisos como modificações na forma de abordagem, sugestão de outros entrevistados, levando em conta os acontecimentos ocorridos após a produção da pauta.

Sugerir uma boa pauta, é considerada uma das tarefas mais difíceis dos jornalistas. Por esse motivo, um jornalista deve estar sempre atento ao que acontece ao seu redor, ser curioso, estabelecer contatos, conhecer pessoas novas e ter uma boa relação com assessores de imprensa, para alcançar mais facilmente uma pessoa pública, que esteja em evidência.

Lide

O lide é o formato mais adequado para abertura de textos noticiosos e, para ser construído,  é preciso responder às seis questões básicas que envolvem o fato (Quem? O quê? Quando? Onde? Onde? Como?, Por quê?). Esse recurso se pauta pela objetividade, simplicidade e hieraquia das informações, através dos critérios de atualidade e interesse público.

O uso do lide é ligada a técnica de pirâmide invertida, que representa a maneira de apresentar as informações de forma decrescente no texto . Ele auxilia o leitor, pois já dá uma ideia do que a matéria se trata logo no início. Caso o leitor não tenha tempo de ler toda a matéria ou não se interesse por ela, ele estará abrindo mão de detalhes, mas não da informação em si.

Jornalismo Opinativo

Editorial

Editoriais são textos publicados em um jornal, cujo conteúdo expressa de forma direta a opinião da empresa, direção ou equipe de redação sem de ser imparcial e objetivo. O profissional encarregado de dirigi-lo é o editorialista, mas os editoriais não costumam ser assinados por uma pessoa.

A linha editorial é a política determinada pela direção do veículo ou pela empresa responsável pelo mesmo, e vai orientar como o texto deve ser redigido, termos que devem ou não ser empregados, a hierarquia do tema, bem como posições que não devem ser tomadas.

Artigo

O artigo reflete a opinião do autor sobre um assunto, um tema ou uma ideia com profundidade e de forma original. Ele reúne peças aparentemente isoladas e enfatiza a opinião do autor, é inclusive a marca pessoal do articulista que dá o tom ao texto. Esse tipo de texto permite a flexibilidade de estrutura e estilo e busca convencer o leitor sobre alguma posição, através de fatos, antecedentes históricos, números, estimativas, falas de personagens, etc. Quando tem caráter regular no veículo, é chamdo de coluna.

Resenha Crítica

É um texto escrito em terceira pessoa, assinado e que expressa opinião, assim como a coluna. Entretanto, a resenha critíca, ou apenas crítica  discursa sobre alguma alguma produção específica. A resenha critíca, ou apenas crítica, faz um julgamento, através de argumentos positivos ou negativos, a respeito de produtos culturais como livros, exposições, filmes, peças de teatro, etc. O texto se constitui de introdução, apresentação, apreciação e conclusão, não necessariamente nesta ordem.

Perfil

Apesar de ser um tipo de texto jornalístico interpretativo, também pode se enquadar no tipo opinativo, pelo fato do jornalista exprimir a sua interpretação pessoal sobre uma personalidade ou um lugar. O perfil enfatiza aspectos de um personagem central ou um lugar. O perfil de uma pessoa reconstitu de forma leve e criativa um episódio e circunstancias marcantes da vida de um indivíduo.

Charges e Ilustrações

São formas visuais com características de humor, usadas para expressar opiniões. Alguns veículos que se destacam no uso dessa técnica são O Globo e Jornal do Brasil, cujos cartunistas mais famosos de suas histórias são Chico Caruso, Ique e Henfil.

Curso de Jornalismo

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Jornais e Revistas

Revista-BravoOs jornais trazem as noticias e as revistas costumam trazer o desdobramento dos fatos. Saiba aqui as principais diferenças entre esses veículos impressos!


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